O tratamento na Endometriose: um acompanhamento interdisciplinar.

A Endometriose é uma doença crónica inflamatória que afeta, profundamente, a vida de 1 em cada 10 mulheres em idade fértil. Estima-se que, em Portugal, sejam mais de 350 mil, as mulheres que sofrem de endometriose.

Estamos a falar de manifestações intensas da doença, durante a sua vida reprodutiva, ou seja, desde a menarca (a primeira menstruação) até, ou mesmo depois, da menopausa.

A queixa mais comum na endometriose é a dor incapacitante e esta pode ser expressa de diferentes maneiras, dependendo da localização, dos órgãos e vísceras envolvidos.

Existem casos em que a doença é assintomática, mas de forma geral, as mulheres com endometriose apresentam os seguintes sintomas:

  • Dor menstrual forte ou incapacitante
  • Ovulação dolorosa
  • Menstruação abundante e perdas entre menstruações
  • Dor na relação sexual penetrativa
  • Dor na defecação
  • Dor ao urinar
  • Dor e inchaço abdominal
  • Dor pélvica
  • Dor lombar
  • Infertilidade ou dificuldade em engravidar
  • Ansiedade e Depressão
  • Alterações nas relações conjugais

Trata-se de uma patologia que, quando apresenta sintomas, tem um grande impacto na vida da mulher, do casal e da das pessoas que com ela convivem diariamente.

O impacto é de tal ordem que, interfere com a sua qualidade de vida, com suas relações pessoais e profissionais, com as suas atividades recreativas e com a sua saúde mental.

Por isto, o seu tratamento exige uma abordagem mais Humanizada e Interdisciplinar na Saúde da Mulher!

Esta abordagem, implica que a equipa de profissionais de saúde, consiga apoiar a vários níveis e especialidades clínicas, não esquecendo o mais importante: conhecimento especializado e empatia!
A dor não deve ser normalizada e o tratamento tem como objetivo aliviar a gravidade dos sintomas e melhorar a qualidade de vida das mulheres com endometriose.

Corpo Clínico

Dra. Raquel Jacinto
Fisioterapia

Dra. Maria Monteiro
Nutrição

Dra. Ana Dourado
Psicóloga

Consultas

Fisioterapia Pélvica

Como pode a Fisioterapia Pélvica ajudar?

A intervenção da Fisioterapia Pélvica irá ajudar num dos sintomas mais prevalentes, a dor. 

Na Endometriose, pode ser encontrada dor abdominal e pélvica, dor e disfunção urinária, ano rectal e sexual em resposta a um ciclo de “dor – tensão- dor”. Este ciclo de dor-tensão-dor acontece quando há uma dor e, como “defesa” a essa dor, haverá uma resposta de maior tensão muscular. Este ciclo acaba por originar cada vez mais dor e rigidez tendo em conta a ligação da dor ao aumento de tensão muscular. Estes músculos, ao longo do tempo, vão “gravar” uma memória dessa dor que precisa de ser quebrada.

É frequente um aumento de tensão nos músculos pélvicos, do pavimento pélvico, nos abdominais, e outros músculos próximos da região pélvica. 

A Fisioterapia vai ser de extrema importância para quebrar este ciclo de “dor-tensão-dor” que é conseguido através da libertação da tensão da musculatura promovendo o seu relaxamento, normalização da sua função e diminuição da rigidez de estruturas associadas, assim como, aumentar a mobilidade dos tecidos, órgãos e vísceras. Alterações da mobilidade pélvica, posturais e padrão respiratório são também comuns em resposta à dor sendo estas estruturas parte integrante da intervenção na fisioterapia pélvica.

A intervenção da fisioterapia pélvica no pré e pós-operatório de cirurgia por endometriose também assume um papel preponderante facilitando também a recuperação pós cirurgia.

Dra. Raquel Jacinto
Fisioterapeuta em Saúde da Mulher
Fisioterapia Pélvica, Uroginecologia e Obstétricia

Nutrição Funcional

Como pode a nutrição funcional ajudar?

A endometriose é uma doença que apresenta diversas sintomatologias em mulheres. A mudança de estilo de vida, incluindo melhora de hábitos alimentares com uma alimentação anti-inflamatória, contribui efetivamente para diminuir os sintomas.

Alguns dos cuidados de saúde a serem no colocados no dia a dia dessas mulheres:

  • Diminuição da ansiedade;
  • Fazer a higiene do sono para terem uma boa qualidade do mesmo;
  • Realizar atividade física regular;
  • Não consumir alimentos processados,
  • Não ingerir álcool;
  • Ter hábitos saudáveis, consumir legumes e verduras;
  • Não fumar;

Por ser uma doença de carater inflamatório, a qualidade da alimentação da mulher com endometriose é fundamental para o controle dos sintomas, tratamento e prognostico da doença.

Uma alimentação baseada em compostos antioxidantes, como vitamina C, vitamina E, vitamina D e ômega-3, têm mostrado bons resultados na diminuição da dor pélvica além de redução dos marcadores inflamatórios. Em contraponto, o elevado consumo de carnes vermelhas mostrou aumentar os níveis de estradiol e, consequentemente, de inflamação levando então a um maior risco de desenvolvimento.

O papel que a Nutrição exerce na vida dessas mulheres é focar se em prevenir a causa e melhorar a qualidade de vida em que elas se encontram, além de correlacionar a composição corporal com o desenvolvimento da patologia.

Dra. Maria Monteiro
Nutricionista Clínica Funcional e Integrativa

Psicologia

Como pode a Psicologia ajudar?

Qual é o impacto emocional da endometriose? Falamos de sentimentos de culpa e incompreensão. Sentimentos de injustiça, estigma social em relação à doença e relações conjugais mais fragilizadas ou, até mesmo, em ruptura.

Assim, como na maioria das doenças crónicas, o suporte emocional é extremamamente importante para a mulher/casal que convive com a endometriose. Apesar de não ser fatal, a patologia acarreta diversos efeitos psicológicos nocios como, a prevalência de possíveis quadros de ansiedade e depressão.

A Infertilidade é, possivelmente, um dos aspetos mais angustiantes para a maioria das mulheres e dos casais que se deparam com o diagnóstico desta doença. A endometriose não é sinónimo de infertilidade mas, pode significar, necessitar de ajuda médica para engravidar (PMA). Aquando dos tratamentos de reprodução assistida e a impossibilidade de certezas na viabilidade dos mesmos, surgem comportamentos de extrema ansiedade, sentimentos de falta de controlo e incertezas.

A incerteza na possibilidade de um dia poderem vir a concretizar um sonho: ter um filhoo ser-se mãe/pai, pode estar na origem de grandes alterações emocionais, que podem e devem ser valorizados e acompanhados.

É, de extrema importância para o seu tratamento, a compreensão do seu estado emocional, conjugada com uma abordagem especializada na doença e, acima de tudo, mais humanizada sobre a saúde da Mulher.

Dra. Ana Dourado
Psicóloga Clínica e da Saúde,
Especialista em Psicologia da Gravidez e da Parentalidade

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