A forma como a gravidez é vivida, difere de mulher para mulher e é influenciada por todo o meio envolvente em que se insere. O período de gestação promove, de uma forma natural, a relação vinculativa entre mãe-bebé, tão essencial para ambos. Aqui, aprende a amar este bebé, ainda que imaginário.
Com a aproximação da data prevista do parto, a grávida inicia uma nova fase. Fase, esta, em que se realizam projeções quanto à futura parentalidade.
É neste momento, que se realizam expectativas quanto ao tipo de parto e, à dor física e emocional do mesmo. Aquele que, se possível escolher, percecionam como mais seguro, mais adequado ou mais natural.
Este, é um período marcado por grandes momentos de incertezas e, são muito recorrentes dúvidas como: Vou perder o controlo? Será que vou sentir muita dor? Serei Capaz? Será que existe risco que o meu bebé morra no parto?
Sob o ponto de vista emocional, sabemos que, quando alertadas para a possíveis consequências e imprevistos de cada tipo de parto, a mulher estará mais regulada quanto à tomada de decisão e, acima de tudo, mais alertada e conhecedora de imprevistos no processo de parto e pós-parto.
Porque falamos de parto por cesariana, é importante clarificar o lado emocional deste tipo de intervenção. Sabemos que um dos motivos principais, apontados como traumáticos, será a falta de oportunidade de pegar no bebé após o seu nascimento (por cesariana). Felizmente, nem sempre assim decorre. Existem profissionais e unidades de saúde que proporcionam este contacto imediato pele com pele.
Não obstante, quando assim não acontece, poderá tornar-se uma experiência que acarreta trauma psicológico. Esta experiência, pode dificultar o vínculo da relação diádica mãe-bebé e o atraso do ciclo de lactação.
Existe, ainda, maior probabilidade de a amamentação não decorrer naturalmente, originando na mãe, um decréscimo na sua autoestima materna. Este novo papel de “Mãe capaz” é colocado em causa. Como se não bastassem todas as alterações emocionais e físicas, vividas até então!
Para muitas mulheres, em que o parto vaginal é um objetivo, e se vêm na necessidade de passar por um parto por cesariana, podem surgir sentimentos de frustração e desilusão, por sentirem que não tiveram “voz” neste momento de decisão.
E quais são as consequências?
Possível Depressão Pós-Parto e/ou Perturbação de Ansiedade.
Por um lado, falamos de mães com déficit de atenção para com os seus bebés. Por se sentirem tristes e desiludidas, conseguem garantir o bem-estar físico do bebé (até em demasia por compensação), mas não têm regulação emocional com o recém-nascido.
Por consequência, vemos facilmente bebés difíceis de consular, choro fácil e com maior necessidade de atenção.
Por outro, esta preocupação excessiva, poderá levar ao desenvolvimento de ansiedade.
Falamos, por exemplo, de situações de risco percebidas: inquietude, constante, se o bebé respira durante o sono, ou ataques de pânico por medo de morte súbita, por exemplo.
Falamos de ansiedade pela exigência deste novo papel parental e/ou pela perceção de não estar a corresponder em relação ao que os outros percecionam como mãe competente.
Em jeito de conslusão, quer a mãe quer o pai, têm expectativas em relação ao parto, em relação à parentalidade. Portanto, quando este mesmo parto não acontece, principalmente no primeiro filho, comporta alguns riscos psicológicos.
Perceber a forma como a grávida/casal antecipa o parto de forma prévia e ajudar nas expectativas do mesmo, por forma a reduzir as consequências negativas na reação materno-infantil, será um dos grandes focos da Psicologia na Gravidez.
É importante, que exista acompanhamento por profissionais especializados na área: antes, durante e após Gravidez.
Profissionais que garantam um suporte adequado a esta fase de vida tão exigente e quase nada falada:
– O Pós-Parto!