Entender a demência: os primeiros sinais

As perturbações neurocognitivas, alusivas ao termo demência, são caracterizadas pela diminuição do desempenho de um ou mais domínios cognitivos (atenção, funções executivas, aprendizagem, memória, linguagem, cognição social, capacidade perceptivomotora).

Existem diversos tipos de demência, mas a doença de Alzheimer é o tipo mais comum. As estimativas gerais de prevalência apontam para a população da terceira geração (mais de 65 anos), com aparecimento indicioso e de progressão gradativa.

Em relação ao sexo, a doença está maioritariamente associada ao feminino, sendo que esta diferença poderá ser explicada pela maior longevidade das mulheres.

Quais os sinais de alerta?

Numa fase inicial, a doença de Alzheimer manifesta prejuízo na memória e na aprendizagem e, por vezes, comprometimento ao nível da função executiva. Assim os sinais de alerta direcionam-se às preocupações com a memória como, por exemplo, dificuldade em memorizar uma lista breve de palavras ou acompanhar um programa televisivo e às preocupações executivas, como planear uma tarefa diária ou organizar papelada.

Cerca de 80% dos indivíduos com perturbação neurocognitiva apresentam manifestações comportamentais e psicológicas que causam tão ou mais sofrimento quanto as cognitivas. A depressão e a apatia são os sintomas emocionais mais comuns na fase inicial do curso da doença de Alzheimer ou doença de Parkinson. Pode, também, ocorrer confusão mental e desorientação do tempo e espaço.

A ilustre interferência da demência está na (in)dependência do dia-a-dia. Com o decorrer do tempo, a doença pode gradualmente tomar conta da capacidade da pessoa em realizar autonomamente as atividades instrumentais de vida, como o pagamento de contas ou a organização/toma da medicação, ou as atividades básicas da vida, como o banho ou a preparação de uma refeição, sendo que estas dificuldades só são explicadas pela perda cognitiva e não por outros fatores como, por exemplo, limitações motoras.

Estar atento(a) a estas ou outras modificações do seu dia-a-dia ou do seu familiar é o primeiro passo. Em seguida, a procura de um profissional de área especializada, como o caso da Neuropsicologia e da Avaliação Neuropsicológica, torna-se importante no sentido de se avaliar quantitativamente se essas mudanças se devem a um processo de envelhecimento normativo ou se estamos perante um quadro demencial.

O envelhecimento aumenta o risco da doença neurodegenerativa e cerebrovascular, por isso, o primeiro passo é cuidar de si e de quem gosta!

Anabela Liberato
Psicóloga Clínica,
Com especialidade em Avaliação Neuropsicológica

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